“Quando eu estou em algum evento, prestigiando as meninas usarem um vestido que eu tenha costurado, e escuto as pessoas do meu lado elogiando os meus vestidos, fico muito orgulhosa”. Estas são as palavras da costureira Maria Helena Ferreira Rechnmacher, 61 anos ao contar emocionada do orgulho que sente quando o seu trabalho de uma vida inteira como costureira é reconhecido.
Moradora de Nova Hartz há 19 anos, costureira dos vestidos das soberanas da Kolonie Hartz há 4 anos, Lena como é chamada pelos mais próximos, possui 3 máquinas de costura, uma delas, ela conta, já tem mais de 12 anos de uso. “Esta ainda é nova, mas antes desta eu tinha uma que me acompanhou por muitos anos”, falou Lena que adotou a costura como profissão desde os seus 20 anos.
Questionada de onde vem a paixão pela costura, ela responde. “Este dom eu herdei da minha avó, Maria Rosa Ferreira. Desde que eu tinha 7 anos, já tinha o meu balainho de costura, e já remendava as camisas dos meus irmãos. Há 4 anos costurando os vestidos das soberanas da festa, e neste ano 14 vestidos para confeccionar, a costureira conta que acorda as 5 horas da manhã, de segunda a sábado, para conseguir dar conta da quantidade de roupas que tem para costurar. “Eu acordo as 5 horas da manhã, e já vou pra as minhas máquinas de costura. No meio da tarde eu descanso um pouco, às 18h eu volto a trabalhar, e vou até às 22h. Só consigo descansar mesmo no domingo”, relata a costureira, que também presta serviços para o CTG Querência de Nova Hartz.
Verificando um vestido para o CTG |
Tamanha dedicação foi reconhecida pelos organizadores da Kolonie Hartz Fest, que desde 2008 confiam no trabalho de Lena. Confiança que ela faz questão de agradecer. “Agradeço a confiança que a organização da festa tem depositado em mim nestes 4 anos que eu faço os vestidos das soberanas”, falou Lena. Com a agenda cheia, visível em sua sala de trabalho, a costureira conta que demora em média 1 mês e 20 dias para terminar de confeccionar todos os vestidos das candidatas, e que quando alguém lhe pede algum trabalho a partir de janeiro, ela vai logo dizendo, “só se eu não for fazer as roupas das soberanas”.
Perfeccionista ao extremo, ela confidencia que se acha “chata” às vezes. ”Se eu vejo um defeitinho mínimo que seja, em alguma roupa que estou confeccionando, eu faço tudo de novo”, conta. Dona Lena é bem disposta, conversa bastante, mostra muita disposição ao pular da cama bem cedinho todo dia pra trabalhar, mas questionada sobre quando pensa em se aposentar, ela pensa por alguns segundos e fala. “Irei me aposentar por idade, mas quem me conhece diz que eu ainda irei trabalhar por mais tempo”, ela conta sorrindo.
Na ocasião Lena deixa uma mensagem para todas as candidatas a soberana da 10ª Kolonie Hartz Fest. “Por mim todas as candidatas ganhariam, porque são todas lindas e muito queridas. Desejo a todas boa sorte, e que se este for o desejo delas, que lutem por este sonho”.
Mas e o tão esperado vestido das candidatas, será que alguém pode ver? “Não, é segredo, fui orientada a não mostrar pra ninguém, ninguém mesmo”. Pelo jeito teremos que esperar ansiosos até o dia do baile, ainda bem que está pertinho.